quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Ele me seguia o tempo quase todo. Eu gostava de saber que ele estava por perto, mas na dele. Porque ficava excitadíssimo a qualquer toque ou palavra mais animada e eu não precisava daquilo, realmente.
Às vezes eu parava para encará-lo. Primeiro, achei o seu rosto muito bonito, como se pintado naturalmente. Depois, vi que trazia constantemente uma tristeza, um medo irreprimível no olhar e em como a cabeça ficava sempre caída. Esse olhar vinha de baixo pra cima, como de quem sabe que é inferior.
Até que percebi que ele me observava muito, e me encarava também. Parei para olhá-lo e ele entendeu que isso era um desafio de curiosidade. Me deu um olhar incrédulo e não desviou-se de mim. Eu é que fui embora. Ele vem atrás. Por carência, por fome e por alguma coisa que eu quero descobrir.

3 comentários:

  1. excelente descrição! pensei que você fosse contar a história do nome dele.
    continue sempre escrevendo porque é muito bom ler o que você escreve, menina.
    beijos.

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  2. Muito bom mesmo, dá até um pouco de medo ao ler. Li duas vezes, e como escreve bem, continue muito, sempre, vc é demais de boa, boazuda de amiga escritora viu!

    Aliás, se tiver um tempinho, veja o micro-conto que escrevinhei no meu blog, chama-se: "entre tropeços: o presente do caminhar"..

    te adoro, florzura de lili´s

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  3. Ganhou mais uma seguidora.
    Adorei seus textos! E adorei saber que gosta de escrever, porque não consigo comentar em um blog mal escrito! Hahaha!

    Beijão :*

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Alô, alô!