segunda-feira, 17 de maio de 2010

Mentira. Está acontecendo agora mesmo...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

E o meu encontro nunca aconteceu....

domingo, 11 de abril de 2010

Morellianas

Fui procurar uma coisa e achei outra.

O último post nasceu já nascido de algo bem anterior....acabei de descobrir um tipo de raíz estranha, à qual eu devo um monte.


Ler o capítulo 109 de O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar, que faz com maestria o que eu fiz com pressa.


Não existe criação. Beijos,



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sexta-feira, 12 de março de 2010

Tentativa de escrever sobre "casa da minha avó"

Não se trata do que FOI a casa da minha vó, mas do que NÃO FOI. Tenho muitos carinhos de mão certeira, bolos fresquinhos, tenho o sótão assustador e o quintal do cachorro. Mas o que me prende agora é a não presença do meu avô e os pedacinhos que recolhi dele.

Poderia ser feito um quadro cheio de colagens e imagens em movimento (que eu imaginei): No centro poderia ter o sorriso do meu tio igualzinho ao dele na foto pequena e amarela; na parte de cima, o relógio de bolso que a minha irmã disse que ele usava; a cama de casal da minha vó estaria do lado esquerdo e embaixo apareceria a sua expressão quando o olhou pela primeira vez, depois de saber que aquele era o homem que haviam escolhido pra ela. Em algum canto teria uma plantação de milho, em algum outro o sofá que ele arrumou. Talvez entrasse também a minha mãe namorando escondido perto de uma antiga casa.

Dizem que ele morreu na rua da sua casa, quando saía para caminhar. Pelo que eu entendi, foi de repente, uma surpresa. Aí as pessoas dizem que quando algo É pra acontecer, acontecce. Eu não acredito, mas entendo o por quê disso ser dito. Cria-se uma ilusão de que as coisas da vida são planejadas, previamente organizadas para que tudo funcione muito bem, com sua justiça própria. Assim podemos ficar menos pesados ou culpados ou acabados.

Fico despedaçada, sem pistas certas, se é que elas existem. Até da minha própria vó que está viva, o que eu tenho dela são também pedacinhos, em maior quantidade, mas dentro de mais um quadro que eu fiz só com o que vi e com o que imagino dela. Eu não tenho o seu primeiro vestido nem suas brincadeiras de infância. Talvez eu não tenha nem o que ela vive hoje, numa quinta feira à noite. Nem sei o que ela pensa num domingo à tarde enquanto tira o lixo de casa.

E a gente acaba sendo isso mesmo. Um monte de fragmentos que deixamos por aí sem poder controlar, porque cada pessoa faz os seus quadros com colagens e suposições próprias. Deixamos um bom dia aqui que virou boa noite ali, uns pinguinhos de perfume com suor e outros de café derrubado no chão na hora errada. Não menos arbitrários do que umas folhas de árvore voando antes da chuva chegar de vez. E eu também sou só o que eu consigo ver.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Vou sair, preciso de ar.

Eu vou com você.

Não, eu quero ir sozinha.

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